Explorando os Aspectos Estruturais da Mente: O Papel do Id, Ego e Superego na Sua Vida
Além do Aspecto Topográfico (relativo ao grau de acesso à consciência) e do Aspecto Econômico, Freud também determinou o Aspecto Estrutural, que diz respeito à forma como as energias fluem, organizando-se de maneira a construir a personalidade, ligado à dinâmica entre as instâncias psíquicas.
O Aspecto Estrutural é dividido em:
Id: diz respeito à vontade de satisfazer os próprios desejos, sem se preocupar com a realidade. É a estrutura mais pulsional e primitiva, pois não avalia as consequências. Já nasce com a pessoa e tem relação dinâmica com o inconsciente. Os mecanismos de defesa atacam o Id, e não o inconsciente. A energia agressiva (instinto agressivo) e a libido (instinto erótico) estão relacionadas ao Id. É marcado pela ambivalência entre a pulsão de vida e a pulsão de morte, e está intimamente ligado ao sistema biológico. Também está relacionado ao processo primário, ao princípio do prazer e aos instintos, sendo atemporal e vinculado ao sonho e à ilusão. Sua linguagem não é verbal, mas simbólica.
Ego: esfera que diz respeito ao Eu, à identidade, e faz a mediação entre os desejos/pulsões do Id e a possibilidade de realizá-los de acordo com a realidade. É o bom senso, que analisa e pondera antes de agir. É constituído ao longo da vida, especialmente no início, em sua relação com o meio e com seus cuidadores. Permite o reconhecimento do corpo, equilibrando as forças do Id e do Superego, acionando os mecanismos de defesa.
Superego: é constituído pelas normas e regras que foram introjetadas no indivíduo. É formado através da libido e do objeto recalcado na fase de latência pelo pai ou mãe — geralmente correspondente ao sexo oposto da pessoa. Também se constitui ao longo da vida. Quando em desequilíbrio, oprime e pune a pessoa, que não consegue realizar o que deseja, represando ainda mais a energia.
O Ego precisa sempre equilibrar os impulsos do Id com a rigidez moral do Superego, de forma que a pessoa encontre um ponto de equilíbrio entre o desejo de realizar e o que pode ser realizado. Quanto mais fortalecido está o Ego, mais equilibrada é essa relação.
O psicanalista precisa ter claro em mente o papel de cada instância para observar como o indivíduo lida com essas energias, como usa seus recursos (se são saudáveis ou não), se precisa sempre se apoiar em alguém para conduzir sua vida, mostrando um Superego muito rígido, entendendo assim como o indivíduo se posiciona diante do mundo. É uma profissão que demanda amor pelo paciente, no sentido de entendê-lo, perceber seus limites e conduzi-lo suavemente a um estado de maior autopercepção e equilíbrio.
O Eu (Ego) se desenvolve na intermediação do Id, Superego e realidade. Daí parte a estrutura neurótica, quando a pessoa lança mão de mecanismos de defesa para lidar com a realidade. O sintoma nasce da impossibilidade de realização do desejo da forma como se apresenta, a partir da "proporção da quantidade de energia psíquica (libido) que gera a suspensão da descarga, desviando as pulsões sexuais para fins como a sublimação" (professora). A sublimação é a canalização da energia para outras formas socialmente aceitas.