Aniversário: que venham os 37!

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Eu e meu pai fazemos aniversário bem pertinho, 5 dias de diferença, e minha mãe veio me cobrar um bolo pelas datas. Eu não sou muito boa em guardar datas, gosto de comemorá-las mas nada muito rigoroso. O rigor torna a comemoração obrigação e deixa de ser uma coisa boa. Mas nos aniversários eu gosto de estar com as pessoas que amo.

Não precisa ser no dia, pode ser no final de semana, num lanche ou almoço com os mais chegados. Gosto de presentes mas sinceramente não me fazem falta, inclusive é bem provável eu gostar muito mais de um pacotinho de trufas da Cacau Show do que de uma gargantilha de ouro carésima. Importante é quem está presente.

Certa vez uma amiga disse: "é preciso comemorar cada aniversário, nem que seja com um bolinho em casa, porque nunca sabemos se a pessoa estará conosco no próximo aniversário". Acho que ela tem toda a razão. Estar viva e com saúde já são motivos contundentes. Foi quando decidi colocar o contador aqui no blog.

Meus 36 anos ganhou como o ano mais louco da minha vida. Uma mistura turbulenta de surpresas e momentos maravilhosos com decepções sucessivas e impiedosas. Estou lutando muito para não deixar de acreditar.

Foram tantos sentimentos batendo no mesmo liquidificador que a máquina está danificada. Foi como se a vida me mostrasse que o avesso das pessoas em geral não tem um bom arremate, e faça o esforço que fizer, todos temos um avesso. A questão é qual veste melhor nosso corpo para que possamos conviver bem  com ele, seja entre amigos, amores ou família. Ilusão destruída de que o amor pode mudar o mundo. Não se pode mudar ninguém, nem que seja para o seu próprio bem.

Ao mesmo tempo se descortinou em minha frente uma história tão linda e intensa e inimaginável que chega a ser inacreditável. Eu, que sempre vivi pelo amor, descobri que ele pode ser muito mais forte do que eu acreditava. Às vezes eu paro e penso, quantas pessoas nesse mundo podem sentir algo parecido? Garanto, poucas. Mas a força de tal sentimento ainda não é capaz de dar conta de coisas que só o tempo pode resolver. Lição dura a se aprender.

Chego aos 37 sem saber muito bem quem sou, mas sabendo exatamente o que eu quero. Sei que eu tenho um coração grande mas que não sei colocar limites para quem se aproxima, e com o tempo o terreno fica devastado. Já tentei, e conclui que não posso fazer nada em relação ao meu coração, mas quero ter ao lado alguém que saiba se apropriar de sua beleza sem deixar de enxergá-la. Como eu disse esses dias, meu coração precisa de afago, sempre. Só isso.

O lado bom é que, quando criei esse espaço, jamais imaginei que conheceria pessoas tão inteligentes, queridas e dispostas a tirar da vida o que ela tem de melhor. Isso também foi surpreendente e quero convidar cada um a partilhar comigo essa data. Recebam simbolicamente um pedaço do meu bolo de chocolate com recheio de doce de leite e baba-de-moça como um sinal do meu agradecimento por tornarem a minha vida mais rica em conhecimentos, e por saber que pode haver amizades sinceras mesmo na esfera virtual. De presente, tragam algo muito simples: a torcida para que o que não foi bom fique definitivamente para trás e para que eu consiga finalmente aportar, diva, em meu destino


 E Deus continua sussurrando: "Não desista, o melhor ainda está por vir". 
Caio Fernando Abreu


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