Perspicácia: "É elementar, meu caro Watson..."
Gente, acho que estou surtando...esses dias, enquanto costurava, me peguei pensando se, como naqueles filmes de Sessão da tarde, eu não estaria morta achando que estava viva e presa à esse mundo por algum motivo, hahaha. Mas espíritos não escrevem em blogs, of course. Pois é.
Mudando o rumo da prosa, eu sempre gostei de Sherlock Holmes, desde a asolescência. Admiro sua astúcia na conclusão de um caso e a maneira tranquila com que revela o absurdo como se fosse o óbvio, sempre acompanhado por seu paciente assistente Watson.
Após experiências acumuladas no meu vasto chão de 37 anos, hoje consigo identificar um dos traços peculiares de sir Scherlock: a perspicácia. Esse é um termo pouco utilizado como descrição da personalidade de alguém: "o que você é?" "sou perspicaz". Raro não? Os ensaios da vida e principalmente os tombos me conferiram um faro incrível e incontrolável. Consigo observar o que me cerca (fatos, pessoas, sentimentos) e fazer um interligação rápida e abrangente de forma a descortinar à minha frente um panorama completo sobre o que os olhos podem, e não podem, ver. É automático, e estranho.
A vantagem da perspicácia é que ela pode prevenir a pessoa de situações prejudiciais. Também é ótima no trabalho, sempre se pode dar uma boa sugestão em reuniões e enxergar as coisas por prismas que algumas pessoas não enxergam. Como lido com crianças consigo compreender como funciona cada aluno, conheço-os um por um, ano após ano, o que auxilia bastante no processo de aprendizagem e compreender, após a confecção da primeira peça, como é o gosto de uma cliente de costura. É útil no desenvolvimento de provas e concursos e na explanação de textos.
Por outro lado, a perspicácia traz uma lucidez absurda até para o que não se quer enxergar. Sempre digo que às vezes eu gostaria de ser aquela pessoa alienada, um pouco ignorante, que por não conseguir enxergar além de ver, acha que tudo está sempre bem. E ponto. Mas se há algo que a perspicácia não permite é se voltar atrás. Vejo como um processo contínuo, onde quando mais se vê, mais se enxerga. Às vezes simplesmente não me permito ver, para evitar sofrimentos, embora saiba que essa pode ser uma maneira infantil de evitar o inevitável. Dificilmente corro atrás de informações quando tenho medo do que posso descobrir, e essa é a minha maneira de conservar a paz, minha e dos meus.
Acredito que a perspicácia é a ligação: raciocínio lógico + sensibilidade = faro. O problema é que a perspicácia pode levar à arrogância, não em relação às pessoas, mas em relação aos fatos. Certa vez falei sobre isso, é preciso cuidado para não se deixar levar por uma sabedoria arrogante porque não há certeza de que se tem razão. Fico em constante vigilância em relação à isso, porque além do faro há as experiências emocionais que sempre acabam interferindo no nosso poder de dedução. E quando entra emoção no meio, se a razão não se sobrepor à ela, em algumas circunstâncias a chance de erro é grande.
Por isso, se você é uma pessoa observadora e percebeu que tem a astúcia correndo nas veias, minha dica é: não acredite em tudo o que a sua mente lhe mostra. Duvide sempre, principalmente se os fatos, por mais coerentes que pareçam, estiverem pousados em uma cama emocional. Muitas injustiças podem ser cometidas se você não der a chance aos fatos (e às pessoas) de se revelarem verdadeiramente.
Se ao contrário, você vive no "Estranho mundo de Bob", há duas possibilidades: continue assim, se estiver feliz. Não queira enxergar mais do que o seu coração pode suportar. Mas se a ausência de perspicácia diminui suas chances de crescimento pessoal, observe tudo o que há à sua volta, questione quando tiver dúvidas, faça conexões, e refaça-as se for necessário. Com certeza em algum tempo perceberá sua mente produzindo histórias completas a partir de alguns dados.
Só não vá muito à fundo nessa lição. Caso contrário, será impossível vendar os olhos mesmo para o que não queira enxergar. Além disso, pode se tornar uma pessoa insuportável, daquelas que odiosamente sempre tem razão. Talvez por isso Sherlock Holmes, apesar de brilhante, acaba sempre sozinho em suas histórias.
Na memória olfativa, cheiro da pele.
Meus olhos espelham os seus
e na saliva, bem guardada, mora a seiva dos lábios beijados e pele tocada.
Ecoa no ouvido a voz dos sussurros traçados em momentos de entrega
e nas lembranças do tato, o calor do atrito quente do rígido no côncavo.
No sentimento, território tomado e conquistado em usucapião.
É como rocha sobre o mar - deixa-se esculpir, mas não cede.
Ao meu amor, um poema respirando saudade.
Essa foi minha participação para o Desafio em 77 palavras, cujo tema era fazer uma homenagem à algo de nossa escolha.
Mudando o rumo da prosa, eu sempre gostei de Sherlock Holmes, desde a asolescência. Admiro sua astúcia na conclusão de um caso e a maneira tranquila com que revela o absurdo como se fosse o óbvio, sempre acompanhado por seu paciente assistente Watson.
Imagem do Google
Após experiências acumuladas no meu vasto chão de 37 anos, hoje consigo identificar um dos traços peculiares de sir Scherlock: a perspicácia. Esse é um termo pouco utilizado como descrição da personalidade de alguém: "o que você é?" "sou perspicaz". Raro não? Os ensaios da vida e principalmente os tombos me conferiram um faro incrível e incontrolável. Consigo observar o que me cerca (fatos, pessoas, sentimentos) e fazer um interligação rápida e abrangente de forma a descortinar à minha frente um panorama completo sobre o que os olhos podem, e não podem, ver. É automático, e estranho.
A vantagem da perspicácia é que ela pode prevenir a pessoa de situações prejudiciais. Também é ótima no trabalho, sempre se pode dar uma boa sugestão em reuniões e enxergar as coisas por prismas que algumas pessoas não enxergam. Como lido com crianças consigo compreender como funciona cada aluno, conheço-os um por um, ano após ano, o que auxilia bastante no processo de aprendizagem e compreender, após a confecção da primeira peça, como é o gosto de uma cliente de costura. É útil no desenvolvimento de provas e concursos e na explanação de textos.
Por outro lado, a perspicácia traz uma lucidez absurda até para o que não se quer enxergar. Sempre digo que às vezes eu gostaria de ser aquela pessoa alienada, um pouco ignorante, que por não conseguir enxergar além de ver, acha que tudo está sempre bem. E ponto. Mas se há algo que a perspicácia não permite é se voltar atrás. Vejo como um processo contínuo, onde quando mais se vê, mais se enxerga. Às vezes simplesmente não me permito ver, para evitar sofrimentos, embora saiba que essa pode ser uma maneira infantil de evitar o inevitável. Dificilmente corro atrás de informações quando tenho medo do que posso descobrir, e essa é a minha maneira de conservar a paz, minha e dos meus.
Acredito que a perspicácia é a ligação: raciocínio lógico + sensibilidade = faro. O problema é que a perspicácia pode levar à arrogância, não em relação às pessoas, mas em relação aos fatos. Certa vez falei sobre isso, é preciso cuidado para não se deixar levar por uma sabedoria arrogante porque não há certeza de que se tem razão. Fico em constante vigilância em relação à isso, porque além do faro há as experiências emocionais que sempre acabam interferindo no nosso poder de dedução. E quando entra emoção no meio, se a razão não se sobrepor à ela, em algumas circunstâncias a chance de erro é grande.
Por isso, se você é uma pessoa observadora e percebeu que tem a astúcia correndo nas veias, minha dica é: não acredite em tudo o que a sua mente lhe mostra. Duvide sempre, principalmente se os fatos, por mais coerentes que pareçam, estiverem pousados em uma cama emocional. Muitas injustiças podem ser cometidas se você não der a chance aos fatos (e às pessoas) de se revelarem verdadeiramente.
Se ao contrário, você vive no "Estranho mundo de Bob", há duas possibilidades: continue assim, se estiver feliz. Não queira enxergar mais do que o seu coração pode suportar. Mas se a ausência de perspicácia diminui suas chances de crescimento pessoal, observe tudo o que há à sua volta, questione quando tiver dúvidas, faça conexões, e refaça-as se for necessário. Com certeza em algum tempo perceberá sua mente produzindo histórias completas a partir de alguns dados.
Só não vá muito à fundo nessa lição. Caso contrário, será impossível vendar os olhos mesmo para o que não queira enxergar. Além disso, pode se tornar uma pessoa insuportável, daquelas que odiosamente sempre tem razão. Talvez por isso Sherlock Holmes, apesar de brilhante, acaba sempre sozinho em suas histórias.
"Enquanto você vem com o fubá, eu já estou com a polenta pronta"
Ditado popular
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Imagem By Freepik
Desafio 26: Cinco sentidos e uma saudade
Na memória olfativa, cheiro da pele.
Meus olhos espelham os seus
e na saliva, bem guardada, mora a seiva dos lábios beijados e pele tocada.
Ecoa no ouvido a voz dos sussurros traçados em momentos de entrega
e nas lembranças do tato, o calor do atrito quente do rígido no côncavo.
No sentimento, território tomado e conquistado em usucapião.
É como rocha sobre o mar - deixa-se esculpir, mas não cede.
Ao meu amor, um poema respirando saudade.
Essa foi minha participação para o Desafio em 77 palavras, cujo tema era fazer uma homenagem à algo de nossa escolha.
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Minha homenagem de hoje vai para alguém que considero especial: a Jeanne do blog
Eu bipolar buscando a paz
Minha homenagem de hoje vai para alguém que considero especial: a Jeanne do blog
Eu bipolar buscando a paz
A Jeanne tem em seus escritos a transparência de quem assume seus sentimentos intensos e sua bipolaridade e busca através das palavras encontrar equilíbrio e expressar o que se passa em sua alma.
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Mais uma leva de Pinga Amor deixado por aí...quem quiser conhecer os destinos clica aqui!
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