Tenha coragem e seja gentil


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Alguém conhece a história de Matt Buckland?

Executivo em Recursos Humanos, seguia de metrô para seu serviço quando, em uma atitude gentil, deu passagem a uma senhora para que descesse em uma plataforma. Nesse momento acabou esbarrando em outro passageiro que automaticamente mandou ele se f****.

Já no escritório, Matt aguardava candidatos para uma vaga de desenvolvedor de web. O outro "gentil cavalheiro" havia pego o metrô justamente para concorrer... a essa vaga! Profissional, Matt o entrevistou. A princípio o homem não o reconheceu, mas lembrou quando Matt passou a fazer perguntas em torno do assunto "metrô".

Mais tarde Matt postou no twitter que o candidato em questão não havia sido aprovado por não se enquadrar no cargo.  

Hoje assisti ao filme Cinderela, como sabem na infância vivia em meu mundo imaginário de conto de fadas e as histórias da Disney tiveram participação ativa na construção da minha personalidade. Das releituras atuais, A Bela e a Fera me ganhou por trazer uma história reescrita de maneira brilhante, e Cinderela, além de ser meu conto preferido na infância - sonhei inúmeras vezes estar com o longo vestido azul e perder meu sapatinho de cristal para ser reencontrado pelo príncipe - me encantou por trazer fidelidade absurda à reprodução da história.




O que isso tem a ver com a história de Matt? Uma frase deixada à filha pela mãe de Cinderela em seu leito de morte: "Tenha coragem e seja gentil. Onde existe gentileza, existe bondade. E onde existe bondade, existe magia". Parece simples, mas ter coragem e ser gentil são atitudes que exigem grandeza de espírito e firmeza de propósito... ela buscou ser gentil servindo as irmãs postiças e madrasta (embora tenha sido explorada por isso), ao servir leite para uma senhora disfarçada e também ao defender uma corça da morte pelas mãos do príncipe, sem saber quem ele era.

Nunca sabemos quem encontraremos em nosso caminho. A gentileza precisa brotar da reconstrução pessoal e existir com conhecidos ou não, independente dos laços que mantemos com as pessoas ou do que o outro pode nos oferecer. Não é preciso passar por situações como a do rapaz entrevistado para aprender.

Outra frase que me chamou muita atenção foi quase no final, quando ela reencontra o príncipe para experimentar o sapatinho e teme que ao vê-la em trajes simplórios não a aceite... "talvez um dos maiores riscos que possamos correr seja nos mostrar como somos". Por se mostrar gentil no episódio da corça o príncipe se apaixonou, independente de pompas e trajes. Penso que o amor de verdade é assim... existe o encanto visual, estético, mas o amor ama sobretudo aquilo que a pessoa é quando se revela por inteiro, e quando o outro se sente à vontade para se revelar.

Embora histórias da Disney sejam subestimadas, coragem e gentileza jamais serão clichês. E sem conservar aquela pitada de magia, não há boas intenções que sobrevivam. A combinação é perfeita, porque apesar de ser produzido originalmente em 1950, nos dias duros de hoje, é preciso mesmo muita coragem para aceitar correr o risco de ser gentil todo dia.


[busco ter coragem e ser gentil, acreditar na magia...e já encontrei o dono do meu sapatinho de cristal. ;) #ceretezaquesouacinderela kkkkk]


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