#30Acabou - Tirando o pó das sandálias
Primeiro, quero agradecer quem esteve comigo durante o mês de setembro nesse desafio, foi bom, muito bom, estarem aqui, e agora volto à rotina de postagens mais espaçadas.
Essas são minhas sandálias preferidas, porque além de bonitas tem um saltinho perfeito de 3 cm que não cansa e ao mesmo tempo, mantém a postura alinhada. Recomendação do osteopata. Sobre o título, literalmente não só limpei o calçado devido aos dias mais quentinhos como também já encomendei dois pares do mesmo modelo, rsrsrsr, pela saúde, claro!
E a ligação com o termo "acabou"? Bater as sandálias era um gesto que os judeus faziam quando saíam de um território pagão. Independente da religião a Bíblia traz várias passagens que citam o gesto como exemplo de seguir em frente.
Todos temos o Sistema de Recompensa, um dispositivo neurocerebral. Esse Sistema pode ser usado de maneira inadequada, por exemplo, quando compensamos nossas frustrações e carências com aquisição material e/ou desenvolvimento de compulsões. Porém, uma de suas funções mais interessantes é que o Sistema dispara dopamina - substância que causa a sensação de bem estar - no organismo sempre que ajudamos alguém gratuitamente, sem interesse de parecermos bonzinhos ou recebermos retorno. Quanto mais ajudamos, mais dopamina, maior bem estar de forma natural.
Porém ajudar nunca pode ser algo imposto ou realizado simplesmente para atender ao alívio do ego. Omitir ajuda quando podemos ajudar nos causa consequências negativas, por outro lado, se oferecemos ajuda e o outro não quer, insistir em demasia é invadir seu livre-arbítrio. Daí o termo: Jesus, quando passava por uma cidade e seu trabalho de evangelização acabava, independente de quantas pessoas deixavam de acolhê-lo, "batia suas sandálias para tirar o pó", e seguia em frente para oferecer ajuda ao próximo povoado.
Independente de ter ou não religião ou religiosidade, de acreditar ou desacreditar, o Todo derrama o tempo todo amor incondicional em todos. Por pior que esteja a situação há sempre alguém fazendo isso pelo outro, mesmo que este não consiga enxergar, cego pelas circunstâncias ou pessoas à sua volta. O amor está em todo o lugar, com o intuito de que o ser compreenda que é possível que se aprenda pelo amor (Solutio). Mas caso após um longo tempo isso não aconteça, o amor passa a ser direcionado a outros seres e aparecerão mais situações de dor (Calcinatio) para provocar o aprendizado pois é impossível escapar da tendência natural ao crescimento.
Ajudar sempre que possível tem sido um meio de retribuir ao Universo, com a consciência de que devemos oferecer nosso melhor a quem for, mas se nossa ajuda não for bem recebida, não há nenhum problema pessoal nisso, e sim uma escolha que não nos cabe convencer a modificar. Oferecemos uma, duas, três vezes... depois, é só bater as sandálias, e seguir em frente, com o coração aberto para quem precisar e desejar.
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