A estrutura Perversa de acordo com a Psicanálise

 


Na psicanálise freudiana, a estrutura perversa se configura como um enigma fascinante e complexo, desafiando as concepções tradicionais de normalidade e patologia. Indivíduos com essa estrutura apresentam uma intensa busca por prazer e satisfação, muitas vezes transgredindo as normas e limites sociais em sua busca pelo gozo.

As raízes da perversão se entrelaçam com a dinâmica intrincada entre o desejo e a lei. O desejo, força motriz do inconsciente, busca a satisfação ilimitada, enquanto a lei, representada pelo Superego, impõe limites e restrições. No indivíduo perverso, essa tensão se intensifica, levando-o a questionar e desafiar as normas em prol da realização de seus desejos.

Para lidar com a angústia gerada por essa conflito entre desejo e lei, o indivíduo perverso recorre a mecanismos de defesa específicos. A projeção se torna um instrumento crucial, permitindo ao perverso atribuir seus próprios desejos e fantasias reprimidas ao mundo externo, culpando os outros por seus próprios conflitos.

Narcisismo e desconsideração do outro também marcam a estrutura perversa. O indivíduo se coloca no centro do universo, buscando satisfazer seus desejos sem levar em conta as necessidades e desejos dos outros. Essa ausência de empatia é um dos aspectos mais desafiadores da perversão.

A perversão nem sempre se desenvolve na infância. A psicanálise reconhece que a estrutura perversa é o resultado de uma determinação multifatorial, com diversos fatores biológicos, sociais e psicológicos interagindo ao longo da vida do indivíduo.

A busca por prazer e a transgressão de normas podem se manifestar em diversas áreas da vida, como trabalho, relacionamentos e até mesmo na esfera estética.

A perversão não é uma escolha consciente: O indivíduo perverso não opta por sua estrutura psíquica. Ela se forma ao longo da vida, influenciada por diversos fatores.

A psicanálise não classifica a perversão como uma patologia, mas sim como uma estrutura psíquica diferente da neurose e da psicose. É fundamental evitar julgamentos moralistas e reconhecer a complexidade da estrutura perversa, analisando caso a caso. Nem sempre a estrutura perversa leva a pessoa a cometer maldades, embora isso possa acontecer em um indivíduo perverso.


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